Depoimento pessoal


Meu nome é Cristina, sou casada e tenho uma filha. Sou GORDA, tenho 1,60 de altura e 74 quilos.

Sou defensora do "Fat pride", orgulho gordo. 

Sempre fui gordinha, desde pequena, mas também SEMPRE fui discriminada, tanto pela sociedade quanto pela família. Quando tinha 15 anos cheguei a pesar 89 quilos, isso para uma adolescente e quase o fim do mundo. Quando fiz 18 anos decidi que ia emagrecer a qualquer custo, então comecei uma dieta e um ano depois estava pesando 52 quilos, daí começou minha vida de "contagem de calorias" o que me fazia muito mal, além de me tornar neurótica, pois achava que se comesse um bombom engordaria mais de 10 quilos.

Foi um período muito infeliz na minha vida, mesmo com os elogios que recebia. Eu cabia na roupa que queria,mas não estava bem, ficava frustrada vendo alguém comendo um sorvete.

Quando passei dos vinte anos ganhei uns quilinhos, passei a pesar entre 56 e 58 quilos e ficava a cada dia mais infeliz, pois apesar de não comer quase nada, estava ganhando peso e assim ia vivendo, comendo uma bala hoje e fazendo dietas o resto do mês.

Quando conheci meu marido(que também e gordinho) estava pesando 58 quilos e com as mesmas paranóias, tempo depois fiquei grávida, em um primeiro momento fiquei em pânico: "eu ia engordar", mas o impacto passou e eu pensei, agora posso comer, depois que o bebê nascer eu faço dieta.

Quando passei do quarto para o quinto mês de gestação ganhei um acréscimo de 10 quilos, minha médica ficou furiosa e me pôs de dieta (dieta outra vez). Por fim, no oitavo mês eu estava pesando 89 quilos.

Minha filha nasceu e bateu o desespero, e agora...

Fiz de tudo e não conseguia emagrecer de novo, foi então que eu percebi... "desde criancinha eu sou assim, por que tenho que mudar? QUEM FOI QUE DISSE QUE SER MAGRO É CERTO E QUE SER GORDO É ERRADO?"

 

Na verdade, tudo não passa de uma ditaduta implantada pela indústria da moda, vemos estas modelos magérrimas e nos dizem que assim é que devemos ser e nós simplesmente aceitamos. NÃO!! 

Hoje sou assumida e feliz, pois entendi que não devemos ser como os outros querem que sejamos, mas como somos, aceitar nossa natureza.

Não devemos nos moldar à sociedade, mas a sociedade é que tem que nos aceitar e pronto.

Se o indústria da moda quer que pareçamos anoréxas, temos que nos assumir e impor a nossa existência. SOMOS MULHERES REAIS E A INDÚSTRIA DA MODA E A MÍDIA E QUE DEVEm SE MOLDAR A NÓS.

 

Cris.